fevereiro 08, 2006

Retrato em branco e preto


Já conheço os passos dessa estrada
Sei que não vai dar em nada
Seus segredos sei de cór
Já conheço as pedras do caminho
E sei também que ali sozinho
Eu vou ficar, tanto pior
O que é que eu posso contra o encanto
Desse amor que eu nego tanto
Evito tanto
E que no entanto
Volta sempre a enfeitiçar
Com seus mesmos tristes velhos fatos
Que num álbum de retrato
Eu teimo em colecionar

Lá vou eu de novo como um tolo

Procurar o desconsolo
Que cansei de conhecer
Novos dias tristes, noites claras
Versos, cartas, minha cara
Ainda volto a lhe escrever
Pra lhe dizer que isso é pecado
Eu trago o peito tão marcado
De lembranças do passado
E você sabe a razão
Vou colecionar mais um soneto
Outro retrato em branco e preto
A maltratar meu coração

Listen to >>ELIS interpretation
Chico Buarque/Tom Jobim

4 comentários:

Anónimo disse...

gosto mto d este tipo d poesia...assim melancolica...mas n gosto d saber k há kem s sinta mesmo assim...kem pense k n há volta a dar...pois, sabes como eu penso! por muitas voltas k possamos dar, havemos d encontrar a nossa luz... mais cedo ou + tarde...mas kem sou eu pa ditar tais coisas... pois sou akele sorriso malandro ;)****

Ludmila disse...

Tudo o que no peito fica marcado... Se conseguissemos mostrar as cicatrizes... Grandes heroinas de guerras de realidades seriam as mulheres... alguns homens também (hoje muitos homens) E trariamos medalhas no peito... por sermos valentes e acordarmos todas as manhãs...
A Elis abandonou-se algures... Mas deixou muito para cada um...

darkness in my head disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
darkness in my head disse...

pudesse eu arrancar
cada marca desse peito...
pudesse eu pintar
esse retrato do meu jeito...