Partida
foto: Lena Queiroz
Parto hoje pelas águas esguias até o sol deixar de me ver
Parto na madrugada devagarinho, encostada a ti, meu amor
Parto na sombra dessa cidade transformada em véu
Parto à porta da tempestade, roubada do meu pertencer
E sigo flutuante em minhas garras de lince
E sigo flamejante na fúria da neblina
Escondo-me do sol e dos pássaros terrenos
Respondendo ao mar em meu apelo
Recorrendo à chuva em mim deserto
Renego a tudo... a tudo... a tudo
Com a pouca força que me resta
Com a pouca treva a que me agarro
Com as mãos cansadas de dar
Ondeio-me penumbra-óssea neutra
Olvido-me de alma e ser quem sou
Ordem absoluta da negridão a chamar-me
Rainha a mim mesma
Regência magnífica
Raio incolor
Raiva...
Rancor...
Ruído...
Ervas daninhas a cultivarem meu corpo
Evas pecaminosas a escarnecer de meu corpo
Entes gulosas abominam-me a fé
Ratam minuciosamente a minha coloração
Repetidamente vejo ante mim a coroa no meu rosto
Rasgado e carcomido ante a bruma a assomar-me
a PERCORRER-me... a Percorrer-me...
Parto hoje pelas águas esguias até o sol deixar de me ver
Parto na madrugada devagarinho, encostada a ti, meu amor
Parto na sombra dessa cidade transformada em véu
Parto à porta da tempestade, roubada do meu pertencer
E sigo flutuante em minhas garras de lince
E sigo flamejante na fúria da neblina
Escondo-me do sol e dos pássaros terrenos
Respondendo ao mar em meu apelo
Recorrendo à chuva em mim deserto
Renego a tudo... a tudo... a tudo
Com a pouca força que me resta
Com a pouca treva a que me agarro
Com as mãos cansadas de dar
Ondeio-me penumbra-óssea neutra
Olvido-me de alma e ser quem sou
Ordem absoluta da negridão a chamar-me
Rainha a mim mesma
Regência magnífica
Raio incolor
Raiva...
Rancor...
Ruído...
Ervas daninhas a cultivarem meu corpo
Evas pecaminosas a escarnecer de meu corpo
Entes gulosas abominam-me a fé
Ratam minuciosamente a minha coloração
Repetidamente vejo ante mim a coroa no meu rosto
Rasgado e carcomido ante a bruma a assomar-me
a PERCORRER-me... a Percorrer-me...
11 comentários:
Encostado a ti parto
e com um abraço levo-te em mim...
arranco-te dessas ervas.
Sabem-me a mel, os quadros que pintas com as cores do vento.
* finalmente consigo ler-te. (parece que a vontade do homem sempre prevalece à da máquina, quando esta se impõe ;) ). Como me sabe o que perdi…
Adorei e adorei muito este poema... wow tá lindo!
Beijinhos & Um abraço assim grande!
Queres partir? Então parte, mas para te encontrares, para te amares, não adianta de nada a revolta.
Força!
Sereno sorriso primaveril.
Percorrer o corpo como um mundo... Um mundo como um corpo..
Cantar sem ruido, para adormecer os pesadelos e acordar para o vazio de se estar SÓ bem...
Partir?... É o início das mais belas histórias.. :)
Até já, beijo.
BElo texto.
Uma partida para sempre?
Uma partida até um dia ?
Um abraço
José
Parto agora com boas palavras tuas na bagagem.
Beijos*
a partida forçada pela revolta é uma má partida, não deixa ver os espinhos desse caminho!!!!
antes de partires despe-t de tudo, e a partida será a correta (s é k existe o correcto neste mundo)!!!
fuga para longe, sem k o corpo se mexa.......uma fuga da mente!!
Retira os espinhos e faz brotar pétalas de rosa,não partas,apenas reflecte sobre a beleza de uma simples flor.
Bom fim de semana
Bjs Zita
A antiga felicidade murchou e morreu.
Mas, a terra está coberta de verdura...
frágil começo de uma vida nova.
hoje o ceu fez-se escuro... como o sol m faz falta! parece k n m consigo mover sem essa energia... tenho saudade d partir para onde o sol nunca s poe...
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