julho 29, 2006

Salpicos

Foto: João Azevedo

A banheira tinha água...
Pouca... lenta...
A espuma a esbocejar no corpo
O veio surdino da porta a bater
Bem dentro do peito...
Vapor sudorífero
Nádega plasma
Gestos nenúfar
E mergulho de olhos
A banheira tem água...
Muita... voraz...
O sossego da alma
Em bolha de sabão
Nem mesmo a correria
Nem mesmo o silêncio
Quebrarão o esse mesmo
Da inconstante jarra líquida
Do banhar-me...

4 comentários:

André disse...

Mergulho...
repouso na espuma breve que me esboças ,
penetro a esfera onde sossegas e banho-me...
nessa água, banho-me...
em ti... banho-me.

L. disse...

Cinza,
Mergulho de olhos fechados nessa banheira que enches com letras tuas, que liquidas... e sinto na pele a escuma da carícia dita pelos lábios molhados, pequenos nenúfares de sabão, que são os teus… continua a dizer-te sempre..

, beijo

Pierrot disse...

Banho-me hoje com a minha memória, como se de um festim se tratasse.
Peguei apenas nas lembranças felizes e deliciei-me no meu silêncio. E nessas lembranças estavam as tuas pelavras, os teus textos bonitos e claro, Albinoni.
Não teria escolhido melhor
Bjs e parabéns.
Que grande poema.
Eugénio Rodrigues

K'os disse...

e com ele vem a calma, o sossego e paz, mesmo que por breves instantes

:)