Al Berto, é mais um poeta que este país mestinho não consegue reconhecer toda a sua essência. Continuamos agarrados simplesmente aos dinossauros. Também eu não me canso de ler Al Berto.
Em cada um dos dias da nossa vã existência devemos alimentar-nos para a nossa morte, esta sim é certa, assim como a vida o é... Alimentar a passagem para... Gostei muito de passar por aqui.
Acordado pela cruel chuva que não cessa de cair olho e vejo teu amoroso glóbulo acastanhado, da estéril cor do mel, exalando entranhado perfume tão doce, tão eterno, tão querido.
Circunscritos, sem tormentos, lado a lado, bem agarrados no primeiro vão de escada já chega de dor meu anjo adorado neste casulo deixamos de sentir, vendo a vida do exterior inconscientes ao vento húmido e frio que sopra sinistro mas longínquo...
Tua mão ao de leve toca-me bem no fundo do meu descuidado coração, canta o Outono coram as estrelas na sua imensidão, com contentes carícias nos teus braços, deixo-me ser amado...
Ouve-me, ouve-me devagar meu frágil anjo estelar, sem ruídos de fundo para mais noites calmas sem sangue nem vísceras.
Vem, vem passear comigo até às ilegíveis constelações, vem passo a passo nesta sóbria demência vamos partir corações para a terra onde ursos polares vagueiam...
(o autor pisca o olho à lua).
Repara nos lábios magoados, sua cor levemente constrangida, lá se vão as aragens perdidas... Que gelada troca de saliva, sabe a absinto, Vãs veias relaxam neste incómodo silêncio enquanto a gasolina perde saliência e o medo que retorcia o estomâgo desaparece progressivamente...
alimento para a morte, a vida resume-se a isso.... as formigas no verão recolhem alimento para o inverno, o verão delas é a nossa vida e o seu inverno a nossa morte!!!
15 comentários:
Um grande poeta!
Dark kiss.
Nusga!
Fortes e breves palavras.
Tenha um bom dia.
Beijos!
Adorei ler-te,
a palavra tem o dom de te dizer belos
poemas ao ouvido...
e escreves a magia de quem sabe dizer toda a beleza de um texto...
o meu sorriso de veludo para ti...
Al Berto, é mais um poeta que este país mestinho não consegue reconhecer toda a sua essência.
Continuamos agarrados simplesmente aos dinossauros.
Também eu não me canso de ler Al Berto.
José
Frontal.
Palavras simples,calmas e nitídas.
Beijinhos Zita
hfpuxa, alimento suficiente para a morte em uma esquina de luz...lindo...
abraços
a.h.
Grande poema do Al Berto ,tive o prazer de o conhecer pessoalmente,era natural de Sines e partilhei com ele momentos fantásticos.
Bom fim de semana
Beijinhos Zita
Em cada um dos dias da nossa vã existência devemos alimentar-nos para a nossa morte, esta sim é certa, assim como a vida o é... Alimentar a passagem para...
Gostei muito de passar por aqui.
Beijos de luz serena
abraços noturnos...
a.h.
(É muito difícil comentar nesta caixa...) Vim deixar um abraço, bom, domingo.
Achei mágico o teu espaço...
ARREPIOS
Acordado pela cruel chuva que não cessa de cair
olho e vejo teu amoroso glóbulo acastanhado,
da estéril cor do mel,
exalando entranhado perfume
tão doce, tão eterno, tão querido.
Circunscritos, sem tormentos, lado a lado,
bem agarrados no primeiro vão de escada
já chega de dor meu anjo adorado
neste casulo deixamos de sentir,
vendo a vida do exterior
inconscientes ao vento húmido e frio
que sopra sinistro mas longínquo...
Tua mão ao de leve toca-me
bem no fundo do meu descuidado coração,
canta o Outono
coram as estrelas na sua imensidão,
com contentes carícias nos teus braços,
deixo-me ser amado...
Ouve-me,
ouve-me devagar
meu frágil anjo estelar,
sem ruídos de fundo
para mais noites calmas
sem sangue nem vísceras.
Vem,
vem passear comigo até às ilegíveis constelações,
vem passo a passo
nesta sóbria demência
vamos partir corações
para a terra onde ursos polares vagueiam...
(o autor pisca o olho à lua).
Repara nos lábios magoados,
sua cor levemente constrangida,
lá se vão as aragens perdidas...
Que gelada troca de saliva, sabe a absinto,
Vãs veias relaxam neste incómodo silêncio
enquanto a gasolina perde saliência e
o medo que retorcia o estomâgo
desaparece progressivamente...
in fotosíntese 2001
joãomeirinhos
www.motoratasdemarte.blogspot.com
alimento para a morte, a vida resume-se a isso....
as formigas no verão recolhem alimento para o inverno, o verão delas é a nossa vida e o seu inverno a nossa morte!!!
a morte...
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