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maio 26, 2006

Aceitar...

Meus lábios aceitam o castigo
Vara meu corpo cansado
Sentem-se os ossos a sair boca fora
Crava-se demente a flor a acudir
a simplicidade de ter-me:
Isolamento absurdo.
Nada mais sou que absurdo
Cansada percorro debaixo do sol
o caminho fátuo sem meu barco
sem meu barco de árvores
a abraçar-me
Meus lábios aceitam o castigo
Levam consigo o fardo de não existirem
enquanto saudade:
São Sombra.
E a Sombra é senão a radiografia
da alma a esbater-se
funda e negra
no Chão!

maio 25, 2006

Somos humanos

Às memórias de um sorriso podemos juntar ícones importados de outros. A lassidão da vida oferece-nos uma oportunidade para jamais descansar dentro do templo de quem não sabemos conquistar a ranhura do tempo a esfiar-se pelo nó que tentamos enredar pelos dedos. Não nos sufoquemos de impedir o século da transparência bem-amada. Ficaremos no silêncio das trevas a julgar o impossível dentro do tédio. Não faremos mais que julgá-lo perante o tédio. Ao acordar diremos uma só palavra e essa palavra será uníssona mediante o entardecer. Se for larga, a noite encostar-se-à ao nosso ombro. Se for densa mergulharemos na penumbra multicor. Melhor será nem sequer pensar em nada, antes sucumbir todo o universo num parâmetro disforme. Medir os caminhos e a distância, observar os pássaros e as folhas das árvores a sorrir ao vento... Melhor será nem sequer motivar distâncias. As distâncias limitam-se a si próprias, a si próprias são limitadas as distâncias. Transparece redundância? Não existe redundância. Eis um termo inventado para nos desculparmos da repetição dos erros.

maio 19, 2006

Saudade...



Como dizer-te isto sem ter sol?
Como dizer-te isto numa palavra?
Odiar os longos dias da noite vazia?
Odiar as sombras da luz?
Como dizer isto sem mostrar
As raízes que vais criando em mim?

maio 18, 2006

Silêncio...

Um banco de esperas...
um barco em horizontes de jardins...
a luz das vozes que se cruzam
e murmuram entre si um nada,
um tudo...
Uma solidão preenchida nesse diálogo mudo

março 31, 2006

..Iu..tou..pi..a..

It’s a strange day

No colours or shapes

No sound in my head

I forget who I am

When I’m with you

There’s no reason

There’s no sense

I’m not supposed to feel

I forget who I am

I forget

Fascist baby

Utopia, utopia

My dog needs new ears

Make his eyes see

forever

Make him live like me

Again and again

I’m wired to the world

That’s how I know everything

I’m super brain

That’s how they made me

Goldfrapp

março 15, 2006

Nuvem















As nuvens abraçam-me lentamente e perco-me no mundo ao contrário onde há muito não me sabia ser...

março 11, 2006

Shhhhhh.....


Não digas nada.
Não digas uma única sílaba nesse teu ar sereno..
Não digas..
É pecado se disseres...
É segredo se falares...
Não digas..
Nada...

Salva-me em ti...

março 01, 2006

Folheando...

Mudez multicor de teu beijo ainda menino. Turvam-se-me os olhos na escassez sem pressas a desflorar teus lábios arco-íris... Catapulto-me ab nominem dei na tertúlia desse vento batente em minhas portas ogivais tão azuis. Penetro esse olhar ainda mais azul anilando-me no cio da noite pelas montanhas frias e tépidas ao rubor do pôr solar. Ínfima maravilha a mergulhar nas sombras de abandono. Corroo a paisagem de tanto me abstrair dela. Sinto o semblante vivaz despir-se à minha frente. Jardins violetas a fluírem anémonas marinhas folhas fora numa janela outonal. Pressente-se a dor e o pré-ausente de ficar colorida perante meu desejo insípido, carnudo e violento a esmordaçar o pecado numa demência de dentes e ferros. Seria a escadaria de papel junto à turbulência dos passos num castelo ausente de fadas e sincrónico à fresta de uma janela não tão mais ampla. Amanso-me... Caio na felicidade de ser tédio puro. Tão puro quase infeliz mas tão quase pleno preenchendo em mim a melodia do contentamento silencioso em pleno amanhecer... Perdoo o cair compassados das pétalas intra-vitrum clepsidra. Perdoo porque o não sei dizer ou expressar numa outra maneira. Uma simples letra a evadir-me o espectro. Não luz... espectro... invasão precisa de uma mente vazia de ausência...