janeiro 26, 2006

Amálgama


Os tempos mais usuais na escrita eram finalidades descritas por sequências de episódios sem limites, sem limitações aflorados de diamantes esperma a fecundarem a escrita de euforia e nostalgia dinâmica. Interrompeu a secretária agregada a vestígios de cinza e gestos de pincel e tinta substituídos por migalhas e bolachinhas trituradas entre papéis e livros a aglomerados a estatuetas e peças de roupa, um ou outro frasquinho de colónia, um cabide nu, um lenço púrpura no chão e três ou quatro chávenas gélidas com colher espalhadas ao redor da cama desfeita por o corpo que se inquietava a abrir a porta. Tão cedo, porque viera ele tão cedo, faltava-lhe o suco da retina a camuflar o peito desnudado... entrou, sentou-se no sofá enquanto ela tomava banho. As plantas precisavam de ser regadas, rasgos de comida chinesa e garrafas de bourbon vazias pelo chão mitificavam a sala em galáxia sorvedoura de invasão pós-terramoto.
picture:Klimt

2 comentários:

darkness in my head disse...

Uma amálgama de sentimentos roí-me por dentro,
toma-me a face numa paleta de cinzentos
leva-me da cara qualquer forma de expressão...
Mas olho-te nos olhos, negros, profundos
e vejo tudo, tudo é belo, perfeito
e por um momento no meu jeito, sorrio...
como se não houvesse mais nada.

Anónimo disse...

agradeço o teu comentario..infelizmente chegaste na altura em que me vou..

fica um obrigada sendo assim :)