Insonia II
Incomoda-te o tempo que fomos partilhando em conquistas? Não produzo sonho. Não produzo a enzima do sonho recorrente e retenho em mim as certidões mais absurdas do carinho nunca antes dado a conhecer. Perturbo-me. Frente ao espelho perturbo-me na podridão execrável deste sentimento de insónia de sentidos. Não sei mais onde buscar essa duna deixada junto a um pórtico qualquer que nunca me soube abastecer devidamente.
2 comentários:
Sabes a minha relação com o Al Berto é peculiar.Tinha-lhe alguma indiferença por ser moda ler Al Berto aqui à uns tempos. Entretanto saiu na colecção Grãos de Pólen o Vigílias, livro de poemas do Al Berto escolhidos pelo José Agostinho Baptista que é dos poetas que mais gosto. Comprei o livro e pensei que não me tivesse dito nada de mais mas depois reparei que tinha marcado a maioria dos poemas o que é muito bom. É sem dúvida um grande senhor.
Bem como o comentário vai logo e sem sentido despeço-me agradecendo a tua visita no meu espaço.
Beijo
um carro apressado deslizando no asfalto, um tique nervoso que me agita a pálpebra, a tosse fria de alguém que passa... não consigo dormir... olhando pela janela vejo-a chegar... fecho os olhos, chamo o sono, o sonho, que me há-de acalmar... mas não vem... sento-me tateando o rosto nervoso... percorrendo os cabelos cansados... desisto... de olhar fixo no nada, conto os minutos conformado... aguardo a manhã... a insónia voltou...
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