maio 27, 2006

Traços - parte III


Primeiro minha boca serena... sufocava densa dentro da tua... Rasgámos os lencóis de nossos corpos... implorámos ficar um junto do outro enquanto as lágrimas asssomavam uma lagoa de sal e mel à sombra da grande árvore de madeira, onde tantas outras vezes nos abraçávamos. Cinzel esguio vincava meu corpo em sangue... vincava-o em traços de cor e sorriso, a pouco e pouco, bem devagar... O arrepio no fundo das costas... o relógio dentro do copo de água, a flutuar... as ondas das aves a cobrirem-nos de grito e desespero... Tremíamos... Tu voltaste-te para a Alba e mergulhaste suave:
- Vem ter comigo...
Deram as mãos suaves e eu adormeci no espectro lunar, a agudizar a sombra do primeiro raio da manhã...
- É cedo...
E o levitar de meus barcos oníricos afogou meu corpo nos espelhos cansados dessa nudez pura... imobilizando-o no sono meigo.

2 comentários:

André disse...

árvore...

cravando raízes em meu peito

abraçando a luz do teu toque

devorando o aroma leve...

de te ter... de te ser...

...de sermos

Vanessa disse...

Passeava eu no jardim botanico e disse o ruby, apontando para uma arvore: "Esta arvore...", interrompi eu derepente: "Ah!é a minha arvore preferida!!! Como é que se chama essa flor?" Ao que ele responde: "Mas se é a tua arvore preferida, devias saber o nome!" (risos) "ah! esqueci-me...", "Magnolia", diz ele....