outubro 31, 2008

Evelyn Waugh - SCOOP

Scoop é um livro genial dos anos 30. Esse "furo jornalístico" conseguido por mero acaso por William, remete-nos a uma sociedade de elites estritamente ocas no seio da aristocracia rural vs urbana. Convido-vos a esta leitura e a deixar a caricatura, o exagerado e polémico sentir que se entranha ana sociedade dos dias de h0je cada vez mais circular e elitista não fosse esse o acimar do capitalismo.

outubro 28, 2008

Encontros

foto: cinza
As fundações sólidas persistem
Mesmo que na memória nos obriguem a calar perante os segredos e as cores da vida..
Não podemos adorar texturas inconcebidas ao nosso campo de visão... fazêmo-lo a todo o instante na tentativa de agradar aos outros.
Sobretudo ao outro que nada ou quase nada nos diz
ou lá no fundo não nos diz
ou não nos diz nada lá no fundo...
A alma que perde e esquece o berço da sua fundação
A fundação que parece sorrir adivinhando a efemeridade circular do circuito derradeiro que se completa independentemente de sermos a espontaneidade da luz ou a luz efervescente da mimese vulgar...

outubro 14, 2008

T

Uma tendência a puxar-me para o vazio
É interminável o corredor de sons a agastar-me
Entorpeço-me na floresta das calçadas
Onde o abismo se deita à minha espera
Tento controlar-me
Não consigo tomar conta de mim
É absurda a questão do pensamento a abafar-me
Revejo as margens onde circulo
Onde a esperança me morre entre os dedos
Das minhas mãos que já não são mais mãos
Temo-me.
Temo-me a mim própria na confusão do vento
Tenho-me propriamente a mim e nada mais além disso
Uma tendência a corroer-me lenta e velozmente
Aquecer uma vela com o sopro que a extermina
Revejo-me. Revejo-me.
Desconheço a pessoa onde estou e aonde estive
É incansável a luta parda a agredir-me
A existencializar-me face à minha extinção
Não quero mais ver. Não quero mais ver.
O soluço desse pedido a implorar a visão
Cresço. Cresço devagar... muito devagar
O tempo espera? O tempo espera?
O tempo esperou...
Deixo-me numa tendência persuasiva abater-me no não-encontro da espera
Deixo-me...
Ergo a cabeça, ouço os sons a falecerem-me
Encosto-me... não tenho mais pescoço para manter seguros meus olhos
Ausento-me da forma. Ausento-me do conhecimento
Anulo-me... Anulo-me.
Perco-me encontrando-me de braços abertos
ao vazio desta minha tendência