dezembro 03, 2008

Pairando

foto: cinza xtulk

Algumas palavras na sombra das águas a meditar
Ficam as palavras isoladas em laços de ternura não dados
Deidificam-se os elos gerados entre as mãos
Nenhuma ave nidifica na palma das ondas
E a fervura das águas estremece
no cálcio das minhas sedes onde nadam navios
ancorados na imersão sufocada pelo tédio
O compasso das invencibilidades
O adormecer dos cantos à velocidade da clepsidra
que não pára, que não reduz, mergulha em corrente
Mas mesmo em corrente estagno, abro as asas e estagno de bruços
E fico-me a planar sobre o dia e a noite
Fico-me avançando ainda que milimetricamente...


outubro 31, 2008

Evelyn Waugh - SCOOP

Scoop é um livro genial dos anos 30. Esse "furo jornalístico" conseguido por mero acaso por William, remete-nos a uma sociedade de elites estritamente ocas no seio da aristocracia rural vs urbana. Convido-vos a esta leitura e a deixar a caricatura, o exagerado e polémico sentir que se entranha ana sociedade dos dias de h0je cada vez mais circular e elitista não fosse esse o acimar do capitalismo.

outubro 28, 2008

Encontros

foto: cinza
As fundações sólidas persistem
Mesmo que na memória nos obriguem a calar perante os segredos e as cores da vida..
Não podemos adorar texturas inconcebidas ao nosso campo de visão... fazêmo-lo a todo o instante na tentativa de agradar aos outros.
Sobretudo ao outro que nada ou quase nada nos diz
ou lá no fundo não nos diz
ou não nos diz nada lá no fundo...
A alma que perde e esquece o berço da sua fundação
A fundação que parece sorrir adivinhando a efemeridade circular do circuito derradeiro que se completa independentemente de sermos a espontaneidade da luz ou a luz efervescente da mimese vulgar...

outubro 14, 2008

T

Uma tendência a puxar-me para o vazio
É interminável o corredor de sons a agastar-me
Entorpeço-me na floresta das calçadas
Onde o abismo se deita à minha espera
Tento controlar-me
Não consigo tomar conta de mim
É absurda a questão do pensamento a abafar-me
Revejo as margens onde circulo
Onde a esperança me morre entre os dedos
Das minhas mãos que já não são mais mãos
Temo-me.
Temo-me a mim própria na confusão do vento
Tenho-me propriamente a mim e nada mais além disso
Uma tendência a corroer-me lenta e velozmente
Aquecer uma vela com o sopro que a extermina
Revejo-me. Revejo-me.
Desconheço a pessoa onde estou e aonde estive
É incansável a luta parda a agredir-me
A existencializar-me face à minha extinção
Não quero mais ver. Não quero mais ver.
O soluço desse pedido a implorar a visão
Cresço. Cresço devagar... muito devagar
O tempo espera? O tempo espera?
O tempo esperou...
Deixo-me numa tendência persuasiva abater-me no não-encontro da espera
Deixo-me...
Ergo a cabeça, ouço os sons a falecerem-me
Encosto-me... não tenho mais pescoço para manter seguros meus olhos
Ausento-me da forma. Ausento-me do conhecimento
Anulo-me... Anulo-me.
Perco-me encontrando-me de braços abertos
ao vazio desta minha tendência

junho 13, 2008

"Learning to Swim"

foto: cinza xtulk

"Children, you are right. There are times when we have to disentangle history from fairy-tale. There are times (they come round really quite often) when good dry textbook history takes a plunge into the old swamps of myth and to has be retrieved with empirical fishing lines."
in Waterland Graham Swift

abril 14, 2008

Aleg(o)ria da Vida

John Bunyan oferece a continuidade da salvação possível. Apesar de reservado a uma só religião, a condenação do peso supremo situa-se nas relações além-crenças.

janeiro 10, 2008

El Laberinto del Fauno


¿Te atreves a entrar conmigo en el laberinto?