dezembro 03, 2008

Pairando

foto: cinza xtulk

Algumas palavras na sombra das águas a meditar
Ficam as palavras isoladas em laços de ternura não dados
Deidificam-se os elos gerados entre as mãos
Nenhuma ave nidifica na palma das ondas
E a fervura das águas estremece
no cálcio das minhas sedes onde nadam navios
ancorados na imersão sufocada pelo tédio
O compasso das invencibilidades
O adormecer dos cantos à velocidade da clepsidra
que não pára, que não reduz, mergulha em corrente
Mas mesmo em corrente estagno, abro as asas e estagno de bruços
E fico-me a planar sobre o dia e a noite
Fico-me avançando ainda que milimetricamente...