outubro 09, 2007

ssssssss [És] Voa [ssssssss] Ar : ...

Foto: MARIAH

Apanharemos os pássaros quando o dia já estiver bem alto... no azul céu das asas dos pássaros que se cruzam mar eterno pelas nuvens fora...
Seremos não mais que os pontinhos leves das gotas de orvalho esquecidas nas nádegas do tempo...
E tu...
E eu...
Leve criança...
Azul...
Bem alto...
Estarei no cimo de todas as coisas esperando o regresso a esse mesmo bater de asas contínuo.



outubro 06, 2007

(Ad)verso


A linha do sorriso despenhara-se nos olhos dele...
Era lua e ainda não tinha chovido...
Choveu mais tarde na dor de prazer frenesim de aromas..
Beijei-o em segredo: és o meu olhar
Olhei-te num silêncio público: és-me...
"Takk"

setembro 12, 2007

Petrificar

Inserir
Básico
No espectro
Cores transversas ao silêncio
Matemática de destinos
Circundados
Pelo norte
em si
( )

agosto 11, 2007

Voltando na Maré

Encontramo-nos aqui ao por-do-sol como havíamos combinado... Aqui estou... junto dele... a luz parece-me agora mais clara depois do período de gestação enquanto criança...

junho 01, 2007

SEMPRE

Serei criança sempre...





maio 30, 2007

Portões de sabre

Foto: David Sousa
Apeteceu-me pintar a cara de negro e integrar-me na solidão azul da noite a fazer-se de meu cobertor... Era já tarde para me fundir no rosto da noite... Era já tarde para adormecer no corredor paralelo ao índice supremo dos meus sentimentos confusos expulsados em colorido pela íris de uma florzinha sem pétalas... esvoaçada por um simples sopro...
Era inevitável encontrar os sapatinhos vermelhos debaixo da cama junto do rabinho do gato adormecido e esquecido ao pó... o gato vermelho que ambos, tu e eu fizemos de árvores só porque não nos apetecia chorar as lágrimas devidas... Promete-me... promete-me uma coisa muito simples... muito clara: não me deixes adormecer até transformar a energia desta fresta em novidade e estranhamento de petulâncias e infantis medidas sociais do dia a dia. Trevo da sorte em toda a rua verde à volta do castelo... ergue-se a ponte levadiça.. ergue-se e abate-se sobre o chão... vejo tuas listras no ventre... é madrugada... já se abrem e ouço teu choro a dizer , o coração a ficar, os olhos a vidrar e o corpo a partir...

maio 24, 2007

Memória do Real

Foto: Raul Alexandre

Traços de vida recortados antes do sol nascer
Arautos de escolhas tecidas no ventre negro
Da plenitude, da atitude máxima
em tentativa de deglutição absurdamente nervosa...
Traços de vida desperdiçados antes do sol morrer
E nem uma mensagem no caminho que se dobra
Permite o esquecimento
No fotolito quebrável da fragilidade
de sermos nossa e ser nossa recordação
no sempre...

maio 19, 2007

Neblina nua

Foto: Manuel A. Marques Lopes

Rasgas em mim a sede de me sentir alvo de sentidos
Potencias essa fúria ébria ao envolveres as asas de teu barco
Na solidão vazia...
Na neutralidade olfactiva de te procurar
Para saciar-me nas estradas tamanhas desse barco silente
Veleja-me... cobre-me na ruptura das águas
Muito antes de tudo fazer sentido
Muito antes de tu me fazeres sentidos
Os laços, os traços que essa tua água me dá...

maio 12, 2007

Calmante

Foto: Nanã Sousa Dias

Adoeço-me devagar entre as manhãs livres e as tardes incendiadas
E as noites ainda por dormir.
Adoeço-me sem pensar muito
Na melodia de meus olhos a enfrentar o sol
Latidos de agonia dentro da felicidade escassa de um sorriso-segundo
dentro de meu peito
dentro de minha fugacidade perversa de adoecer-me lentamente...
Parto...
Parto-me...
E sou pedaço escondido sempre à minha espera...

maio 09, 2007

Agradecimento ao Lobo do Mar

Agradeço ao João Marinheiro pela magia do seu blog entre as ondas e os sentimentos de tempestade violenta de alto mar... Visitem o blog: http://porquexistes.blogspot.com


Os meus nomeados são:
(por ordem alfabética)


Alisson: Todo Anjo é Terrivel

Eugénio Rodrigues em: Pierrot

João Marinheiro em: Memórias Virtuais


Sem esquecer todos aqueles que visito e revisito por me aconchegarem nos seus cantinhos...

abril 29, 2007

Sou pequenina



- Não... não digas isso...
- Sim digo porque não é verdade... A verdade é para ser dita com os olhos...
- Deixa-me ver...
- Sou...

abril 19, 2007

Partida III

foto: Mariah
Não me ocorre melhor ideia
Senão essa mesma de evadir-me em sol
Não me ocorre melhor ideia
Senão vestir as minhas asas de sonho
E tatuá-las de negro na dor de me ser
Não me ocorre melhor ideia
É tempo
É chegado o tempo
É tempo desse chegado
momento de tempo
Não me ocorre melhor ideia
Lancem os céus sob meus pés
Permitam-me partir...

abril 07, 2007

Boa Paz(coa)

Foto: António Lança

O homem não a sabe preservar...

abril 01, 2007

Partida II

foto: Alba Luna

A alma a derreter-se de cor nesta fuga
Na essência de nos darmos ao silêncio
De repercutir o sorriso
De escutar o esboçar de lábios
No bolso da algibeira
Debaixo da saia
Por baixo, não antes, mas por baixo
E deixar para trás a suplica
Deixá-la aclarar na vadiagem da luz..

março 26, 2007

Partida

foto: Lena Queiroz
Parto hoje pelas águas esguias até o sol deixar de me ver

Parto na madrugada devagarinho, encostada a ti, meu amor
Parto na sombra dessa cidade transformada em véu
Parto à porta da tempestade, roubada do meu pertencer
E sigo flutuante em minhas garras de lince
E sigo flamejante na fúria da neblina
Escondo-me do sol e dos pássaros terrenos
Respondendo ao mar em meu apelo
Recorrendo à chuva em mim deserto
Renego a tudo... a tudo... a tudo
Com a pouca força que me resta
Com a pouca treva a que me agarro
Com as mãos cansadas de dar
Ondeio-me penumbra-óssea neutra
Olvido-me de alma e ser quem sou
Ordem absoluta da negridão a chamar-me
Rainha a mim mesma
Regência magnífica
Raio incolor
Raiva...
Rancor...
Ruído...
Ervas daninhas a cultivarem meu corpo
Evas pecaminosas a escarnecer de meu corpo
Entes gulosas abominam-me a fé
Ratam minuciosamente a minha coloração
Repetidamente vejo ante mim a coroa no meu rosto
Rasgado e carcomido ante a bruma a assomar-me
a PERCORRER-me... a Percorrer-me...



março 20, 2007

Re(volta)

foto: Luis gonzaga Batista


Não nos temos a nós próprios em dádiva
Amortecemos a dor no silêncio de nossos olhos
A escutar, a atender, a soluçar o grito
Não nos temos em dádiva a vós próprios
Damos sempre mais e mais e mais ao invisível
E a soma anula-se à nossa frente
Não nos temos mais senão a nós próprios
A ferida aberta a fissurar o sorriso
A nós próprios não nos temos mais senão
A um passo da eternidade a esvair-se-nos de sentidos.

março 11, 2007

Cléo...

Foto: Cinzaxtulk

Sorri ao ver-te transformada em árvore...

março 03, 2007

Magnólias...

Foto: Suzana Costa

Somos a suavidade das luzes a entoar-nos no corpo
Uma epiderme demente na coroação da paz
Da tranquilidade
Do toque inacabado...
Exacerbadamente colorido pela dor de vida
Servimos no espaço névoo um banquete
Um banquete...
E nele o verdadeiro teatro sem máscaras
Pura semente em si mesmo.

fevereiro 28, 2007

Rasurai-me....

foto: José Lopes

Recado


ouve-me
que o dia te seja limpo e
a cada esquina de luz possas recolher
alimento suficiente para a tua morte

Al Berto (Horto de Incêndio 1996)

fevereiro 22, 2007

Mãos

Foto: Angelica
Dádiva é a entrega de dois corpos frente a frente despidos no seu interior...

fevereiro 14, 2007

Two

Foto: Catarina Mateus

As Lágrimas respiram em veludos de beijos secretos.

fevereiro 06, 2007

Além-nuvens...

foto: grENDel

Cada vez mais devagar
Cada vez mais indolor
Sou o pássaro que se esconde atrás do ponteiro
Que perdeu as asas sei lá onde
Não temo mais o voo
Não temo mais a súbita trepidação do abismo
Sei que estou nele
E cada vez esvoaço bem mais no fundo
Bem mais na inexactidão da confiança
E sobre nós assoma-se a passagem
A perturbação da fronteira ante nossos olhos
Temo-nos e que mais tem que nos importar?
A vida... A vida responde de dentro do bolso
A vida...
O relógio não pára...
A vida...
E bem depois dela
Estaremos de mãos dadas a ver o tempo passar?

janeiro 30, 2007

Mudez

foto: Angelica

Seguro meus lábios de encontro a meu peito...
Floresço-me devagar...
Sorrio-me devagar...
Não encontro os sonhos na pétala da tua boca...
Esqueço-me do mar
Escondo-me da vida
Frente a frente fujo-me

Limito-me a esperar de horizonte ao sol
Com a concha das flores agarrada à mão
E os olhos vidrados na nudez do sentimento

Calo-me...

janeiro 27, 2007

"Quem anda aí?...."

Foto: Superunknown

É um piko mau...
à tua espera
para te devorar...
Eh eh!

Arrogância

Foto: Karula

Despir-me da loucura inerente a mim...
Gritar atrás de um balcão de atendimento...


Anotem:
O Especial deixa de o ser quando esse alguém está convencido que o é...


Santa é a paciência de quem atura....

Acham-se todos tão especiais, tão importantes....
Nariz empinado
Silêncio no olhar de desprezo

(Acho que um dia danço mesmo atrás desse balcão)

janeiro 25, 2007

Esquizofrenia

Crazy

I remember when, I remember, I remember when I lost my mind

There was something so pleasant about that phase.
Even your emotions had an echo
In so much space

And when you're out there
Without care,
Yeah, I was out of touch
But it wasn't because I didn't know enough
I just knew too much

Is that make me crazy?
Is that make me crazy?
Is that make me crazy?
Probably

And I hope that you are having the time of your life
But think twice, that's my only advice
Come on now, who do you, who do you, who do you, who do you think you are?
Ha ha ha bless your soul
You really think you're in control

Well, I think you're crazy
I think you're crazy
I think you're crazy
Just like me

My heroes had the heart to lose their lives out on a limb
And all I remember is thinking, I want to be like them
Ever since I was little, ever since I was little it looked like fun
And it's no coincidence I've come
And I can die when I'm done

Maybe I'm crazy
Maybe you're crazy
Maybe we're crazy
Probably

Gnarls Barkley

janeiro 09, 2007

Sentada...

Foto: Miguel Delgado e Silva

Arrecadei as esperanças e deitei-me em meu túmulo. Não me lembro se antes , se depois de morrer... Só sei que a conversa não passava mais do que o sussurro das árvores a compactuarem um sorriso lesto comigo... assomava-se em minha direcção cada vez mais rápido cada vez mais mais e mais narcoticamente inevitável e insensível à coragem de minhas pernas que tremiam desnudadas na cadeira de seda... Era sonho? Cabisbaixei-me a ver se conhecia aquele chão. Sabia que lá fora havia luar. Havia uma luz prata a inundá-lo... Que conversa era essa... fugidia... enganadora... Trajava-se a noite de Primavera e eu não pude evitá-lo.... Sabia a sal e a pimenta esse fumo... essa corça enganadora a bater com seus passos pela floresta fora a alcançar-me... Inerte... fiquei inerte... as pernas tremiam cada vez mais... uma flor de pecado tocou-me e prendeu-se-me aos cabelos... mantive-me na cadeira... Julgamento de expulsão... crime almofada de tecto tumular, a dessa cadeira... deitei-me de mãos cruzadas no peito... deitei-me...? Acho que petrifiquei nos sete palmos... sentada...

janeiro 06, 2007

Babel....

A língua só passa a ser várias quando o ser humano se esquece que o é...