agosto 24, 2006

Esvoaça...

Foto: Augusto Peixoto

É a saudade a navegar meus cabelos
A rusga de espraiar-me em olhar
Sob o azul que me cobre o peito pingente
E nessa beleza em que me deleito
Visto-me de nudez sobre a mesa
Como rainha de espadas fossilizada
Na jogada infeliz dessa espera infinda
Sento-me confortavelmente na pluma errante
E ao vento derramo meus cabelos
Ouço o meu olhar
Vejo o teu
E permaneço intocável neste barco
De esperas....

4 comentários:

André disse...

Barco de esperas onde a teu lado navego
saboreando na brisa
o doce toque de teus lábios
ancorados nos meus...

rafaela disse...

Cinza,
um belo poema, cheio de paixão a nascer ou a morrer, tanto faz, porque é quando a paixão é mais forte: quando nasce e quando morre...
Espera, o vento trar-te-à o amor até que ele lance a âncora de luz para ti e, juntos, navegarão nesse branco intocável, onde os navios não chegam e onde o espírito encalha...

Um beijo, rainha de espadas,
voltarei se não te importares

Pierrot disse...

Eu diria que:
É a saudade a navegar meus cabelos...
Coduzindo por entre vagas das minhas memórias
Relampagos de olhares e vontades cruzadas
E maremotos de vidas trocadas.
Um mar revolto para me alertar
Um oceano calmo para nos meus sonhos me deitar
Até dá para ouvir o teu olhar e cheirar o teu sorriso.
Poema muito bonito e profundamente inspirador, música incluída.
Parabéns e bjos
Eugénio Rodrigues

L. disse...

Retribuo o carinho que desde cedo me apresentaste, com as belas palavras que me deste:

“Um banco de esperas… nutrir esse horizonte do olhar ainda que… banco fundo…”

Um beijo, senhora da palavra e do sentir.