janeiro 27, 2006

Nas...

Nas páginas nuas deste luar sento-me na tua tão breve e peculiar imagem de silêncios inférteis... Guardo o meu tempo debaixo da almofada e sorrio de mansinho ao sentir que me não foge a sinceridade de teu hálito. Encontro-me no estranho ardor sem saída do cais onde ficarei amarrada à fogueira dos culpados. Divido-me em dois. Sou um.. subtraio-me e agudizo a repetição anulando-me sem profundidade... A imagem percorre as ervinhas verdes deixadas pelo caminho em que se ausentam as madeixas de palavras... Sento-me... inodor... incolor... na sonoridade absurda deste tédio sem mais palavras... olho o branco do papel e sou eu mesmo... as páginas... as palavras... tão minhas... tão nuas...

3 comentários:

darkness in my head disse...

uma página nua...branca pureza que se insinua,
a ser violentada, tatuada de mil cores, impregnada...
de odores inodores imperceptíveis, esquiço...
de pinturas incolores, tela sem pudores
de pensamentos perdidos, silenciosos bramidos...
esquecidos na brancura...tão negra, tão pura...
tão bela...

Anónimo disse...

Tu..em ti...em lá se preferires...mas sempre tu...

Ludmila disse...

O ser como lápis que rabisca outros seres e se mistura na vida que lhe vai alheando o destino... Escrevermo-nos com palavras novas... Com sentidos, sentindo a imensidão de se ser... Página ou ainda Capa deste Mundo pouco literal...

:)

Gostei IMENSO da tua forma de veres o mundo através da escrita...
Visitar-te-ei com regularidade... ;)