janeiro 21, 2006

Uma aprendizagem ou o livro amargo....

Frente ao texto, aqui estou. Não me resta mais nada a não ser verter em palavras os sorrisos perdidos entre o olhar e a memória. Na ausência, tudo se veste de luz; numa cornucópia lancinante buscando os rasgos de querer e as vontades que vão e se vão e voltam a assumir essa volúpia estranha caracterizada pelos humanos como o sentir. Sento-me e peso a ternura das frases deixadas perecer no tempo. Seria a discórdia que separou de mim o conteúdo desta escrita, outrora feita por retalhos, riscos e gritos permanentes, assomando a nitidez de um nevoeiro e dando-lhe a veemência de se poder concretizar em vida. Passa por mim, muitas vezes um poema. Um poema de uma mulher desfeita. Uma mulher sentada num sofá onde existiu a marca de um outro corpo. Uma mulher que toma constantemente um café amargo, numa chávena amarga, num sorriso amargo, na amargura do fumegar amargo desse tão simples café: amargo.

3 comentários:

Anónimo disse...

Arrepiantemente verdadeiro...Sabes que estás comigo, de uma forma que eu não tenho a ilusão pretensiosa de um dia poder estar contigo..quiçá por eu ser tão pouco que me perco no teu tanto..Oxalá..

darkness in my head disse...

amargo trago que em teus lábios se transforma no mais doce alimento de meu ser

Anónimo disse...

Não encares um sorriso de outrora como um sorriso perdido! O Amor por muito que não eterno, não será sempre nunca perdido! Tempos houve em que esse sorriso e memórias que hoje te arrebatam o coração pela saudade sentida, pedacinhos de felicidade te trouxeram! Escreve esse poema infidável dia-a-dia... compõe uma melodia para o cantares dentro de ti... para que toda a amargura que sentes.. lentamente se torne em doçura natural! quem sabe o dia de amanhã??